segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Direto da Tv SIC de Portugal

 

Menos miséria e mais democracia no Brasil, prometeu Presidente Dilma

A Presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, com 56% dos votos (contra 43% de José Serra) reforçou que uma das metas do seu Governo será a erradicação da miséria. Assumiu, ainda, como seus primeiros compromissos "honrar as mulheres brasileiras" e "valorizar a democracia" em todas as suas dimensões.

"O meu primeiro compromisso é honrar as mulheres brasileiras. A minha alegria é ainda maior, porque a presença de uma mulher na Presidência da República dá-se pela via democrática", destacou, na sua primeira declaração após o anúncio de sua vitória nas urnas.

O segundo compromisso da primeira mulher Presidente do Brasil foi zelar pela democracia, respeitando a "mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa e de culto", e zelar pelo cumprimento dos direitos humanos.

"Zelarei, enfim, pela nossa Constituição", assinalou, destacando que, ao ser eleita, recebeu a missão mais importante de sua vida.

Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), reforçou que não descansará "enquanto houver fome" no Brasil e pediu a ajuda de todos para que o Brasil possa tornar-se num país desenvolvido: "Esta ambiciosa meta é um chamado à nação. Peço, humildemente, o apoio de todos para superar este abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida."
Dilma Rousseff agradeceu os mais de 55 milhões de votos que recebeu e também ao Presidente Lula da Silva, que se empenhou totalmente em sua campanha presidencial.

Segundo a candidata vitoriosa, o Governo Lula criou uma "nova era de prosperidade" e promoveu a mobilidade social no país, "tornando possível um sonho impossível".

Guerra cambial

Dilma Rousseff lembrou que não poderá contar inicialmente com a pujança das economias desenvolvidas em decorrência da crise internacional e defendeu o fim do protecionismo dos países ricos e da guerra cambial atualmente em curso no mundo.

Segundo a Presidente eleita, é necessário estabelecer no plano multilateral "regras muito mais claras e mais cuidadosas" contra a especulação financeira.

"Atuaremos firmemente nos fóruns internacionais com esse objetivo", garantiu, acrescentando que também cuidará da economia brasileira "com toda a responsabilidade".
A ex-ministra da Casa Civil disse que recusará quaisquer ajustes que recaiam sobre programas sociais, serviços essenciais à população e investimentos para o bem do país.

Sobre o pré-sal, Dilma Rousseff garantiu que governará com transparência e reafirmou o compromisso com a estabilidade da economia, com os contratos firmados e as conquistas estabelecidas.

"Trataremos os recursos provenientes de nossas riquezas naturais sempre com o pensamento de longo prazo. Definitivamente, não alienaremos nossas riquezas para deixar ao nosso povo só as migalhas", disse, em alusão ao petróleo da camada pré-sal.

Equipa de qualidade e tolerância zero à corrupção

Dilma Rousseff assegurou ainda que nomeará uma equipa de "primeira qualidade" para cuidar da educação, saúde e segurança dos brasileiros e que será "rígida" na defesa do interesse público, sem qualquer compromisso "com o erro ou com o mal feito".
Após agradecer a coligação que a apoiou, à militância do PT e aos eleitores que nela votaram, Dilma Rousseff fez um agradecimento emocionado do Presidente Lula da Silva.

"Ter a honra de seu apoio, o privilégio de sua convivência, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos esses anos com ele deu-me a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado pelo seu país e por sua gente. A alegria que sinto hoje pela minha vitória se junta à emoção por sua despedida", concluiu.

País dividido

O resultado final das eleições brasileiras mostra um Brasil dividido, com Dilma Rousseff a ser eleita Presidente na segunda volta, com 56,05% dos votos válidos contra 43,95% para José Serra, e um desenho equilibrado das forças estaduais.

Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), recebeu 55,7 milhões de votos e terá como aliados 16 governadores - do Acre, Amapá, Baía, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe.

A oposição ganhou, entretanto, em outros 11 estados - Alagoas, Amazonas, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

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