quarta-feira, 4 de maio de 2011

Leis liberais

Leis liberais e ambiente amigável
a gays favorecem Argentina

Um em cada cinco estrangeiros que visitam Buenos Aires é gay
Natacha Pisarenko/30.06.2010/APNatacha Pisarenko/30.06.2010/AP
Os argentinos Ernesto Larrese (de óculos) e Alejandro Vanelli se beijam depois de se casarem em Buenos Aires, no dia 30 de julho de 2010; casamento foi o primeiro na Argentina após a presidente Cristina Kirchner sancionar a lei
Uma pesquisa da câmara de comércio gay e lésbica da Argentina, a CCGLAR, divulgada dias atrás, traz uma conclusão importante: 17,8% dos atuais turistas internacionais do nosso vizinho são gays.

Em números, são 890 mil dos 5 milhões de visitantes anuais do país do tango, do bife de chorizo, do genial músico Astor Piazzolla, de Diego Maradona, de Evita Perón e do poeta Jorge Luis Borges.

É um dos maiores percentuais do setor turístico em todo o mundo.

Significa que praticamente um a cada cinco visitantes estrangeiros entra em território argentino pelo circuito de turismo "gay friendly", criado para atender às necessidades dos homossexuais.

Contribuem para esse resultado a beleza, a urbanidade, a agitada vida noturna, a segurança e a agenda cultural de Buenos Aires, sem dúvida a mais europeia entre as metrópoles da América Latina.
E, sobretudo, uma grande e variada oferta de hotéis, restaurantes, casas noturnas, produtos e espetáculos culturais "gay friendly".

Tudo isso aliado a leis modernas, que garantem os direitos civis tanto dos homossexuais que vivem no país quando dos que visitam.
Argentina tem histórico de tolerância
A aprovação de uma lei no Senado, no dia 15 de julho de 2010, transformou a Argentina no primeiro país da América Latina a reconhecer em nível nacional o direito do casamento civil entre homossexuais.

Mesmo antes da decisão, a Argentina mostrava um histórico de tolerância.

A Cidade Autônoma de Buenos Aires foi a primeira latino-americana a autorizar a união civil gay com os mesmos direitos e deveres concedidos aos heterossexuais.

A medida não está relacionada a crenças. E nem obriga representantes e seguidores de qualquer religião a avalizar uniões registradas em cartório com o apoio da lei.

Chamar de casamento civil entre pessoas do mesmo sexo não é exagero no caso dos argentinos.

Na prática, eles concederam a companheiros do mesmo sexo, unidos em cartório, todos os direitos, responsabilidades e deveres existentes nos casamentos civis de heterossexuais.

Entre esses direitos estão o de adotar filhos, herdar bens móveis e imóveis comprados em conjunto e receber pensão em caso de morte do companheiro com quem se firmou união em cartório.
Gays podem adotar crianças

Desde a aprovação da lei, em julho de 2010, mais de 200 casamentos civis gays foram realizados na Argentina.

Além de los hermanos, a Cidade do México é o único lugar da América Latina em que gays podem se casar e adotar crianças.

Brasil e Uruguai autorizam a adoção por um ou outro parceiro, que passa a ser o responsável individual pela criança, mas não ainda o casamento ou o contrato de união civil.

Fora da América Latina, Canadá, Suécia, Portugal e Holanda permitem a casamento gay com os mesmos direitos da heterossexual. Nos Estados Unidos, ela é permitida em seis Estados e na capital, Washington.

A boa estrutura "gay friendly" e a legislação liberal transformaram a Argentina num dos destinos preferidos dos homossexuais em todo o mundo nos últimos anos, à frente até de ícones desse mercado, como as cidades de Sydney, na Austrália, e São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos.
Cidade é a preferida em revista sobre turismo gay

Na mais recente pesquisa sobre o assunto, da revista americana Out Traveler, especializada em turismo gay, os leitores escolheram Buenos Aires, pelo segundo ano consecutivo, como destino turístico preferido. Barcelona (Espanha) ficou em segundo, e Amsterdã (Holanda), em terceiro.

Dos 980 mil gays que visitam atualmente a Argentina, apenas 343 mil, ou 35%, esticam o passeio para o interior do país. O objetivo atual do governo argentino e da CCGLAR é dobrar o percentual dos que vão além de Buenos Aires.

Para isso, pretendem incentivar a ida a regiões como Iguazú, Mendoza, Bariloche, El Calafate e Mar del Plata.

O presidente da CCGLAR, Pablo de Luca, pretende que os argentinos desses lugares façam o possível para deixar o visitante à vontade:
- Não apoiamos exageros e deselegância em público de qualquer parte. Por outro lado, quando alguém sai de férias, não pretende ir para um lugar onde precise se esconder e não andar de mãos dadas com seu par, seja ele marido, esposa, namorado ou namorada. Isso precisa ser entendido pelo argentino de todas as regiões turísticas.

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